Estimativa da Prefeitura do Rio é de que o transporte gratuito atenda a cinco mil pessoas por dia

Após nove meses operando de forma parcial, o Teleférico da Providência, no Centro, voltou a funcionar com horário estendido, neste domingo. O transporte, que tem a primeira estação na Rua Rivadavia Corrêa, na Gamboa, aos pés do Morro da Providência, passará a operar das 6h às 23h, nos dias úteis, das 6h às 19h, aos sábados, e das 8h às 16h, aos domingos e feriados, totalizando 17h de funcionamento nos dias úteis. Antes, eram 12h.

• Barcas: acordo para reduzir tarifa de Charitas será assinado quarta
• Pabllo Vittar estreia no carnaval de rua do Rio: bloco SeráQAbre? agita o Centro

A estimativa da Prefeitura do Rio é de que o transporte gratuito atenda a cinco mil pessoas por dia. São 16 gôndolas, cada uma com capacidade de até oito passageiros, e cinco velocidades diferentes. A viagem da primeira estação até à Central do Brasil, a terceira e última, dura oito minutos na velocidade mínima. Na máxima, até três. A pé, o trajeto leva trinta minutos.

Osmar Lima, secretário municipal de desenvolvimento econômico, calcula que serão feitas cerca de 625 viagens por dia, trazendo um impacto positivo para a comunidade:

– Aumentar 60% do horário de funcionamento do teleférico é, sem dúvida, um benefício muito grande para a população e também para quem tem curiosidade de conhecer esta vista incrível. A possibilidade de ter um equipamento que transporta rápido pessoas para o seu emprego, lazer e afazeres ajuda muito na qualidade de vida dos moradores e de quem trabalha na região – afirma.

Fruto do programa Morar Carioca, de urbanização de comunidades, e inaugurado em 2014, o teleférico é operado pela prefeitura por meio da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar). Ele chegou a ficar fechado de 2017 a abril de 2024, quando as atividades foram retomadas, com horário restrito, após obras de recuperação e modernização, realizadas pelas empresas Doppelmayr, MPE Engenharia e Dornbirn.

Paulo Luiz de Andrade, morador da comunidade há 63 anos ex-presidente da Associação de Moradores da Providência, lembra da carência de transporte antes do teleférico:

– Dependíamos de kombi ou moto e muitos moradores não tinham dinheiro para pagar e desciam e subiam a pé. Hoje, quando o teleférico para, é um desgaste físico e mental muito grande. Voltar a funcionar é uma coisa muito boa. A importância do teleférico para a comunidade é total. Quem não queria passou a brigar para usar o transporte.

Morador do Morro da Providência há cinco anos, João Pedro Moura de Souza, 25, estuda sistema da informação no Centro, e agora celebra a economia que fará por não precisar mais se deslocar de mototáxi:

– Com o teleférico, chegarei mais rápido, e ainda terei mais dinheiro, por não precisar mais de mototáxi, e também mais tempo de sono. Isso é bem importante – afirmou, rindo.

Juraci Vilela é dona de um bar na Praça Américo Brum, naonde fica a primeira estação do teleférico. Ela conta que o movimento aumentou após o retorno das atividades:

– Eu recebo até gringo, todo mundo vem ao meu bar, sejam pessoas da comunidade ou de fora. Quando o teleférico fechou para as obras, o faturamento caiu muito. O retorno traz muito cliente.